domingo, 22 de setembro de 2013

As boas mulheres da China

Se não me falha a memória (e ela costuma falhar pra caramba), quem comentou sobre esse livro foi a Clara Taveira, do vlog Capitu já leu?
Parece que estávamos conversando sobre livros tristes, algo assim. Então me desafiei: vou ler só pra ver se desabo em pranto.

As boas mulheres da China foi escrito pela jornalista chinesa Xinran, que reúne história de várias mulheres, de várias classes sociais e idades, e de vários lugares da China. Ela publicou o livro quando foi morar em Londres, pois não seria possível publicá-lo em seu país.


Entre 1989 e 1997, a jornalista Xinran entrevistou mulheres de diferentes idades e condições sociais, numa tentativa de compreender a condição feminina na China moderna. As experiências contadas aqui revelam vidas marcadas pelo abandono, pela violência e pela opressão. São histórias como as de Hongxue, que descobriu o afeto ao ser acariciada não por mãos humanas, mas pelas patas de uma mosca; de Hua'er, violentada em nome da "reeducação" promovida pela Revolução Cultural; ou ainda da menina que perdeu a razão em conseqüência de uma humilhação intensa.

Nesses relatos, a autora - ela mesma marcada pelo desamparo e pela discriminação - faz com que vozes antes silenciadas revelem provações, medos, esperança e uma capacidade de resistência que lhe permitiu se reerguer e sonhar em meio ao sofrimento extremo.




Deu pra sentir um pouco do drama? São histórias muito tristes mesmo, e a maioria envolve violência sexual, dentre outros tipos de violência - como, no caso, da história das mulheres do último capítulo (achei muito bizarro!).

Mas enfim, são vivências que, creio eu - infelizmente não acontecem somente em um país distante, mas muito próximas da gente, "embaixo do nosso nariz". Só ter olhos para ver.

Não, não chorei, embora tenha me dado uma "gastura" enorme alguns relatos, principalmente o primeiro - foi o que mais me angustiou.
É o exemplo de livro que todos e todas deveriam ler, principalmente aquelas pessoas que acham que o feminismo não serve para nada.

Não vou dizer que adorei essa leitura, porque né? Não me alegro com as desgraças e injustiças sofridas pelas pessoas, mas não me arrependo de ter lido nem um pouco. É um exercício de consciência do que é ser mulher nesse mundo.

Sem querer (querendo) acabei recordando de uma história, um conto que escrevi há uns anos aqui no blog, chamado A sobrevivente. Não sei explicar racionalmente o que me levou a criar um contexto desses. Enfim. Está aí para quem quiser ler :)

Um comentário:

  1. Eu e Raphael choramos que foi uma beleza. Rapha diz que tá no banzo até hoje por causa desse livro, hahahaha
    ;D

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