Da época em que o futuro era uma promessa - e não uma obrigação - nos sobraram ideias recicladas, recitadas em língua morta
Pois ainda pronunciamos os mesmos clichês, que agora esperam ser ditos de forma mais contundente - porque ainda se fazem necessários
Mas como usar do imperativo se a interrogação permanece?
Se o grito de guerra é blefe
E a denúncia, quando sai da boca e nos chega aos ouvidos, já é panfleto raso e juvenil?
Tudo já foi dito – há pouco nos permitiram falar
E as respostas: sorrisos plastificados e ouvidos entupidos pela aceitação de um único universo - o próprio.
A boca e o ouvido.
A Nossa boca e o Outro ouvido.
O Nosso ouvido e a Nossa boca.
A Outra boca e o Nosso Ouvido.
O Outro ouvido e a Outra boca.
Todos fragmentos – sem elos de comunicação.
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