domingo, 8 de janeiro de 2012

Histórias de amor - Adolfo Bioy Casares

Nunca tinha ouvido falar de Bioy Casares (escritor argentino) até ler em uma revista a sinopse do livro “O diário da guerra do porco”

Como eu já havia dito nos comentários sobre “Ninguém escreve ao coronel”, tenho uma queda por histórias que tenham como protagonistas idosos, além disso, sinto muita vergonha por conhecer tão pouco da literatura da América Latina. Esse conjunto de fatores mais o pouco que a revista mostrou me deixaram atiçada para conhecer esse livro.

O grande problema é que ele foi editado no Brasil pela editora Cosac Naify. Nada contra a editora em si, já que a qualidade de suas publicações é ótima, o problema, na verdade, é o valor cobrado por isso.

Dessa forma, fiquei na vontade por um bom tempo (até encontrar uma promoção de 50% de desconto). Enquanto isso, fui sondando o autor.

Perguntei para uma conterrânea sua sobre ele. Ela leu “A invenção de Morel”, sua obra mais famosa, e disse que ele é “muy copado”. O que quer dizer que eu poderia continuar animada!

Enquanto rolava essa paixão platônica pel”O diário da guerra do porco”, encontrei um desses livros de bolso, uma coletânea, com dez contos do autor chamado “Histórias de amor” por um preço bem mais acessível.




E é sobre ele que vou comentar agora, mas já aviso: quem pegar o livro esperando histórias fofas, melhor nem abri-lo!

Apesar de não ter a intenção de ser sexista, me arrisco a dizer que o livro apresenta um ponto de vista bem masculino sobre relacionamentos, o que varia entre interessante/engraçado/”aff!” (não consegui achar nenhuma palavra melhor do que essa onomatopeia).

Gostei da forma como o escritor desenvolve a história, mas confesso que foram raros os personagens que me geraram alguma empatia.

Os homens geralmente são caracterizados como “caçadores”, com um complexo de “salvador” em relação às mulheres (algo tipo “Oh, uma mulher sozinha! Acho que vou ter que ‘dar um jeito’ nisso. Não por mim, mas por ela! Coitada!”), e mania de querer provar sua masculinidade para si e para os outros.

Já as mulheres que aparecem, geralmente, são frívolas, interesseiras ou com a ingenuidade triste de uma pessoa madura.

Claro que há exceções, mas são poucas.

Destaco os contos: “Todos os homens são iguais”, “Todas as mulheres são iguais”, “Reverdecer” (principalmente!) e “Carta sobre Emília”.

Vale a pena ler para conhecer e, sobretudo, para ter uma das possíveis visões “masculinas” sobre “histórias de amor”, já que muitas vezes, até mesmo quando os autores são homens, há uma prevalência da perspectiva feminina sobre os fatos. Sob essa nova lente, temos uma visão menos idealizada e mais cotidiana das situações.

Um comentário:

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