quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Ninguém escreve ao coronel - Gabriel García Márquez

Antes do comentário sobre o livro escolhido, peço desculpas pelo sumiço e pela escrita embolada que vocês lerão. Juro: não consegui fazer melhor porque dentro da minha cabeça está tudo embolado também! Espero que sirva como motivação para ler o livro e entender que raio eu quis dizer ou, para quem já leu a obra, contribuir nos comentários.




Em “Ninguém escreve ao coronel”, acompanhamos a vida do Coronel, o protagonista, e sua esposa vivendo imersos em constantes ausências: a de liberdade política, a de uma saúde razoável, a de seguridade econômica e a de seu filho, recentemente morto.

Apesar de uns vazios terem mais destaque do que outros durante a narrativa, todos eles constroem o clima, cada vez mais angustiante, que nos guiará ao desfecho do livro, que, embora não resolutivo, acaba sendo libertador.

Enquanto isso, acompanhamos o coronel sobrevivendo às pressões – bem razoáveis, diga-se de passagem – de sua esposa, às recordações do filho, ao assédio ao galo (legado desse último), e a constante e humilhante espera do barco dos correios que um dia – espera ele – trará finalmente a merecida pensão para quem lutou por uma causa que sequer era sua.

Ante a perseverança e verdadeira crença de que finalmente será tratado de forma justa pelo Estado, qualquer elemento material novo ou com essa aparência - como o sapato pouco usado, o espelho recém-comprado, mas ignorado - em vez de trazer a sensação de que a vida tem progredido, faz efeito contrário: reforça que o ganho da merecida pensão, muito além das cifras, restituirá parte da dignidade deixada em suspenso por quinze anos (o tempo que esperou até então).

A questão para o coronel não é apenas material e é isso que o impede de vender o galo ou até mesmo vender seu relógio de parede quando não havia o que comer.

Enfim, sou bastante suspeita para comentar histórias que tem idosos como protagonistas. Acho precioso o acúmulo que um personagem com essa característica pode trazer. Cada gesto e decisão trazem registrados toda uma trajetória de vida e afetação.

E na expectativa de toda essa riqueza a probabilidade de me frustrar durante a leitura é razoável, porém, a mim, Márquez não decepciona.

Um comentário:

  1. Eu adorei o final =x
    Fui sentindo uma pressão e angústia enorme sobre os ombros do coronel ao longo da história. Deve ser porque também fico 'meio' lenta e inoperante quando o desespero bate, aí sofri junto com ele.

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