quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Macbeth de William Shakespeare

Macbeth é uma daquelas histórias que você nunca leu ou assistiu uma peça de teatro completa sobre, mas sabe mais ou menos o enredo – como acontece com todos os clássicos.
Você já deve imaginar, então, que Macbeth é a história de um general que, ao receber o presságio de bruxas de que se tornaria rei da Escócia, assassinou o rei para tomar a coroa.  A partir disso, ele e sua mulher – cúmplice ou mandatária (dependendo da sua interpretação) – vivem um ciclo interminável de conflitos e remorsos.

A história, pra mim, além dos fatores ambição, vaidade e sede de poder, também fala sobre a luta do ser humano com seu destino. Vejamos só: se já era certo de que Macbeth tornaria-se rei, por quê raios ele comprou a ideia de assassinar o rei Duncan? Já era previsto! Bastava esperar. Ou parte-se da concepção de que o destino, apesar da previsões das bruxas, somos nós quem fazemos, ou tentamos fazer. Talvez tenha sido essa a premissa (fail) do casal Macbeth.

Apesar do posicionamento após a coroação, os delírios que acometem o casal  (as melhores cenas da peça, na minha opinião) deixam claro que, mesmo tendo sido por iniciativa própria, o remorso pelos assassinatos era permanente. Digamos, assim, que eles não tinham a “índole assassina”, no sentido de serem psicopatas, que matam sem se importar. Mesmo com o direcionamento maniqueísta da história, não consegui deixar de ficar com dó dos dois. O que aconteceu, pra mim, é que ambos embolaram-se no tapete da ambição e, depois disso, rolaram ladeira a baixo.

A propósito, Lady Macbeth deveria figurar no rol de personagens femininas ultra apedrejadas injustamente. Ok, ela incentivou um assassinato, mas nas representações de Lady Macbeth que vi, ela quase sempre figurava-se como A monstra desalmada da história. Peguemos leve, não é? Até porque naquela época ninguém era obrigado a escutar e acatar as ideias da esposa (nem hoje, diga-se de passagem).


A cena do jantar: uma das minhas favoritas.


Gostei de ter conhecido a história de perto. Não só valeu a pena como pude conhecer o contexto de trechos que vemos soltos por aí.
Amanhã, volvendo
Trás amanhã e trás amanhã de novo,
Vai, a pequenos passos, dia a dia,
Até a última sílaba do tempo
Inscrito. E todos esses nossos ontens
Têm alumiado aos tontos que nós somos
Nosso caminho para o pó da morte.
Breve candeia, apaga-te! Que a vida
É uma sombra ambulante; um pobre ator
Que gesticula em cena uma hora ou duas,
Depois não se ouve mais; um conto cheio
De bulha e fúria, dito por um louco,
Significando nada.

Um comentário:

  1. Oi Thays!
    Sim, todos já conhecem a história de Macbeth, mas é necessário lê-lo, é um excelente livro.
    http://jefhcardoso.blogspot.com lhe espera. Abraço do Jefh.

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